quarta-feira, agosto 23, 2006

Disappearing one

"What have you done my little spark
Cursing my name 'cause again I put you out
Falling apart, you tell yourself you are
Dreaming only of the ones who never dream of you
I'm your disappearing one
Vanish when the curtain's drawn
But I will come again and you will let me in
And you'll see I never disappear for long
Into you room I stumble now
Too tired to cower
and it's too late to draw you out
And there you lie like a painting of Christ
Bleeding on the hands of the ones who nailed you down
I'm your disappearing one
Vanish when the curtain's drawn
But I will come again
And you will let me in
And you'll see I ne
ver disappear for long"
Tradução

Ainda não decidi se o tempo é ingrato ou o mais justo dos elementos. Hoje ouvindo a música nova do Audioslave eu decidi que nasci na época errada. Talvez se minha mãe tivesse se apressado alguns anos e eu tivesse vindo ao mundo no início dos anos 80 e não depois da metade minha vida seria mais prazerosa.

Se as coisas tivessem acontecido desta forma eu poderia ter assistido Labirinto nos cinemas por exemplo. As chances de viajar para assistir o show do Bowie em São Paulo aumentariam muito. Quem sabe com alguma forcinha eu conseguisse entrar escondida no show do Faith No More junto com meu irmão. Mas não, nesta época eu mal sabia quem era o presidente do Brasil, imagine então saber que tinha um maluco que cantava pra caramba e comia suas "deliciosas" fezes no palco como o Mike Patton.

O que o Audioslave tem a ver com isso tudo? A verdade é que eu queria ter vivido com toda intensidade o surgimento do movimento Grunge. Quando eu já tinha cabeça o bastante para perceber quantas bandas maravilhosas saíram de Seattle, só conhecia pessoas que falavam que Nirvana é a melhor coisa do mundo. Levando em conta que estes mesmos também achavam o Green Day a salvação do Punk Rock, nunca os levei a sério, tanto que nem Nevermind em fita K7 eu tenho. Falar em Grunge para mim sempre teve a ver com Pearl Jam, que nem deveria estar sendo citado aqui já que é uma banda especial demais, Soundgarden e Screaming Trees. Todos já sabem que o Screaming pra mim é uma das bandas mais injustiçadas de todos os tempos, o que faz com que eles sejam ainda melhores. Já o Soundgarden estourou com a Black Hole Sun, que é muito boa, mas não entra nem no meu TOP 10 músicas favoritas deste grupo.

Caso alguém ainda esteja perdido em outro mundo, o que eu dúvido, lembro que o Audioslave é a banda que surgiu quando os integrantes da já finada Rage Against the Machine se juntaram a ninguém menos que Chris Cornell, vocalista do Soundgarden. Agora cheguei aonde queria...

Viva Cornell! Já algumas semanas a Disappearing One tem feito parte do meu nick no MSN simplesmente porque tudo o que esse cara faz é muito bom. A prova da qualidade e talento dele? Lá vai...

Temple of the Dog? Nota 10

Soundgarden? Uma das melhores coisas do mundo, mesmo depois de ter chego ao fim.

Participação no filme Singles? Um dos melhores filmes dos anos 90, dirigido pelo extraordinário Cameron Crowe. Uma pontinha já vai bem em qualquer currículo.

O cd solo Euphoria Morning? Depois da morte do Jeff Buckley achei que tinha achado um cantor que escrevesse as maravilhas mais fascinantes dos universo, fazendo com que tu tenha vontade de se apropriar das músicas.

E o Audioslave? Tá, eu sei que não é nada de outro mundo, tanto que em alguns momentos eu desejei que o Chris tivesse seguido na carreira solo, mas é uma banda quase perfeita. Talvez seja a perfeição em excesso que estrague.

O Soundgarden era uma banda formada por 3 grandes músicos (Matt Cameron na bateria, que foi parar no Pearl Jam, Ben Shepard no baixo, e Kim Thayl na guitarra) acompanhados por um cantor com uma voz fantástica e que escrevia e ajudava a criar melodias que até certo ponto eram sofisticadas até demais para o Grunge.

O Audioslave não é muito diferente. Um excelente baterista (Brad Wilk) aliado a um baixista talentoso (Tim Commerford) e um guitarrista que freqüentemente é apontado como um dos melhores da nova geração (Tom Morello). Talvez a diferença mais marcante entre estes dois grupos seja no excesso de responsabilidade que recai sobre o Audioslave.

Não me refiro a pressão de ter que se tornar uma banda tão importante quanto a qual os integrantes formavam anteriormente, mas sim a vontade de soar perfeito constantemente e também em relação as questões que envolvem política.

De forma alguma quero dizer que todo o trabalho realizado pela banda envolvendo assuntos mais sérios, como foi o caso do show feito em Cuba, ou até mesmo a organização que Tom Morello fundou junto com o vocalista do Sistem of a Down (cujo o nome eu nem me atrevo a tentar escrever de cabeça), a Axis of Justice, que se opõe ao governo Bush. Muito pelo contrário. Estas propostas são muito interessantes, mas acho que os integrantes do grupo deveriam tentar relaxar e atrever mais por diversão.

Dia 5 de setembro será lançado o novo disco da banda, Revelations. O vídeo do primeiro single, Original Fire já está disponível no You Tube. É legal de ver, cheio de referências, de Martin Luther King a Iggy Pop. A música também é boa, apesar de (novamente) me lembrar de Your Time Has Come, do disco anterior.

Eu realmente espero que toda essa jogada que a banda organizou junto ao Google Earth de certo e eles consigam revelar algo de novo. Gosto muito dos dois discos da banda, mas devo admitir que tive que ouví-los várias vezes até me acostumar com "o mais do mesmo". Até onde esta repetição é estilo, eu não sei dizer, mas de qualquer forma, este é mais um disco que vai contribuir para me deixar um pouquinho mais pobre.

*********
A propósito, vale lembrar, ou avisar para os que ainda não sabiam, que senhor Chris Cornell também é responsável pela nova música do filme 007 - Cassino Royale. Bem que as trilhas do James Bond estavam precisam de um rock de verdade e nada daquela coisa ridícula que foi a música feita pela Madonna. E para minha felicidade, ele também pretende lançar mais um disco solo, para reunir o material que ele compôs nos últimos anos mas que não fecham com o espírito 'audioslaveiano'.

A verdade é que a voz do Chris não é mais a dos tempos em que ele gritava sem se importar com o amanhã. Mas ele é esforçado e faz valer a pena prestar atenção no que faz. E de qualquer forma, se essas cantorazinhas podem melhor a voz no estúdio, ele também pode porque já provou que sabe o que faz.

De qualquer forma se não for pela voz, eu aprecio com os olhos mesmo hehehehe. Enquanto eu espero, contínuo fazendo de Disappearing One, a minha canção...

I guess I'll see you later...

2 Comments:

At 9:12 AM, Anonymous Anônimo said...

Eu vivi o auge do movimento grunge e te digo que não foi somente a ligação com a música que o fez se espalhar pelo mundo. Com a música, ganhou a mídia; mas o cerne do movimento era a "filosofia do 'foda-se'", anti-rótulos, anti-modismos, anti- conduta social padrão, anti "trade mark". Nirvana teve destaque e é considerada a banda símbolo do movimento em virtude de que ganhavam rios de dinheiro sem ter qualidade como músicos. Pearl Jam tem músicos que sempre se dedicaram aos seus instrumentos, querendo fazer o melhor, mostrando serviço. Olha o palco dos caras... sempre com meia dúzia de baixos, guitarras, roadies mantendo a afinação a cada troca de instrumento. Nem Guns n' Roses tinha essa estrutura.

Mas tudo bem, é só minha modesta opinião, não quero abrir discussão. Até porque tu não és muito flexível.

Falando em flexível, Tim Commerford não é só um baixista talentoso como escreveste. Ele é criativo: usa um baixo 4 cordas com afinação grave de 5 e uma alavanca (acessório de guitarra) e mostra flexibilidade de estilos, visto que Audioslave é bem uma mistura de R.A.T.M. e Soundgarden, bandas de estilos nada próximos.

Bom, registrado. Novamente o primeiro.

 
At 4:35 PM, Blogger Rafael Pesce said...

Eu gostava mais do rage against the machine, sabia usar melhor as influncias, se bem que lado zeppelin to morello é interessante em ambos os trabalhos......mas agora que tu me disse que o cornell vai gravar a trilha do 007, tenho a certeza de que o reinado de Shirley Bassey como melhor crooner de filme james bondiano está assegurado..hehe

 

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