Starman
"Didn't know what time it was,the lights were low
I leaned back on my radio
Some cat was layin' down
some rock 'n' roll 'lotta soul, he said
Then the loud sound did seem to fade
Came back like a slow voice on a wave of phase
That weren't no D.J. that was hazy cosmic jive
There's a starman waiting in the sky
He'd like to come and meet us
But he thinks he'd blow our minds
There's a starman waiting in the sky
He's told us not to blow it
Cause he knows it's all worthwhile
He told me:
Let the children lose it
Let the children use it
Let all the children boogie
I had to phone someone so I picked on you
Hey, that's far out so you heard him too!
Switch on the TV we may pick him up on channel two
Look out your window I can see his light
If we can sparkle he may land tonight
Don't tell your poppa or he'll get us locked up in fright
There's a starman waiting in the sky
He'd like to come and meet us
But he thinks he'd blow our minds
There's a starman waiting in the sky
He's told us not to blow it
Cause he knows it's all worthwhile
He told me:
Let the children lose it
Let the children use it
Let all the children boogie
There's a starman waiting in the sky
He'd like to come and meet us
But he thinks he'd blow our minds
There's a starman waiting in the sky
He's told us not to blow it
Cause he knows it's all worthwhile
He told me:
Let the children lose it
Let the children use it
Let all the children boogie"
Acho que era 28 de novembro de 2005. Na verdade eu lembro o dia e o mês simplesmente porque foi um dos momentos mais especiais que já tive. Para quem não sabe esta é a data do primeiro show do Pearl Jam no Brasil, aqui em Porto Alegre e eu estava lá, assim como Thedy Corrêa, do Nenhum de Nós. Ele estava sentado há alguns metros de mim, mas eu não estava nem aí. Primeiro lugar porque estava mais preocupada com a minha ansiedade para ver Eddie Vedder e companhia no palco. E depois porque nunca fui uma grande admiradora (para ser educada) de Nenhum de Nós, e muito menos do senhor Thedy, que sempre me deu a impressão de ser antipático (teoria que já foi defendida até por fãs do Nenhum).
Seis meses e dois dias depois daquele show eu fiz algo que 99% dos meus amigos nunca acreditariam. Dia 30 de maio de 2006 ficará marcado na história como o dia em que eu fui ao show do Nenhum de Nós. Mas antes que você resolva nunca mais falar comigo, deixe-me explicar.
“Tudo pela amizade”, foi nisso que pensei quando uma das minhas amigas mais queridas me fez a proposta de acompanhá-la ao show e eu aceitei. Alem do mais entre minha resoluções de Ano Novo estava ser mais aberta à experiências, não julgar ou criticar antes de experimentar. E afinal, se eu quero ser uma boa jornalista é assim que eu devo agir, certo? Vai que eles me mandam trabalhar naqueles lugares que se come grilo? Eu topo numa boa!
A apresentação que era para ser o maior suplício começou com “Dança do Tempo”, seria apenas uma ironia do destino? Depois o povo levanta com o começo de Camila e por aí segue um emaranhado de canções antigas e recentes, entre elas “Paz e Amor”, “Eu não entendo”, “Julho de 83” e “Confiança”, que de acordo com Thedy é vital para uma banda, mais que dinheiro ou vendagem de discos. E como diria Rui Barbosa, “Só o mais tolo e o mais sábio mudam de opinião” e meu repertório de tolices é extenso. Admito que durante o show mudei de opinião sobre a banda. Eles são repletos de confiança e energia, o que faz com que tu se sinta muito bem enquanto eles estão no palco.
Mas péra aí!!! Não, eu não virei fã do Nenhum de Nós. Em primeiro lugar eles sempre serão a banda que assassinou “Starman” do Bowie e não se deu conta disso. Mas não posso tirar todos os méritos dos rapazes. É muito legal, por exemplo, que apesar de tantos anos de carreira eles não deixaram de ser uma banda gaúcha. Você deve estar achando a minha afirmação estranha, mas ela é justificada. Muitas desses grupos musicais quando começam a experimentar o gostinho do sucesso resolvem deixar suas raízes de lado, como se não precisassem lembrar de onde vieram. Com o Nenhum de Nós não é assim, eles criaram uma identidade que está fortemente ligada ao Rio Grande do Sul, seja através do Lupicínio ou com os elementos de gaita na música. E a partir do momento que nosso Estado tem uma das culturas tradicionais mais lindas e versáteis que existe é bom saber que uma banda que faz sucesso entre os jovens faz uso disso.
Uma das últimas músicas que eles tocaram é do cd mais recente “Pequeno Universo” e se chama “Feedback”. Juro que tremi quando eles falaram que havia sido escrita pela Martha Medeiros. Não gosto dela. Mas a canção ficou legal. Quem sabe eu dê mais uma chance para as crônicas dela (apesar de continuar defendendo a tomada de seu posto na Zero Hora e que ele vá para minha amiga Ingrid).
Em um momento do show, durante seu discurso Thedy Corrêa (ou Galinho Chicken Little como foi apelidado por causa do cabelo, mas muito melhor que a “tigelinha” que o conterrâneo Humberto Guessinger chegou a usar) soltou esta: “Fazer o pessoal pular é fácil, difícil é fazer cantar junto. Fazer com que as nossas palavras sejam de vocês”. Quando eu ia começar a pensar que ele estava se achando, para minha surpresa me dei conta de que ele tinha razão. Tanta que eu cantei as músicas mais antigas sem perceber e parece que vários filmes passaram na minha cabeça. Não, nenhuma música deles marcou minha vida, mas me fizeram lembrar de momentos com amigas que tiveram suas vidas embaladas por essas canções.
No fim das contas eu estava feliz e adquiri um certo respeito por eles que eu não tinha. Mas meus amigos que devem estar perplexos com meus elogios, por favor, não se preocupem. Não virei fã de Nenhum de Nós e nem comprarei um disco deles que seja, mas quem sabe da próxima vez que eles tocarem na rádio eu não saia correndo ou troque tão rápido de estação.
A propósito, sim eles tocaram Astronauta de Mármore, foi à derradeira para minha “felicidade”. Mas para completar a noite de surpresas, meus ouvidos não atrofiaram. Mas devo admitir que tive que me conter e não começar a gritar a original do Bowie...
Seis meses e dois dias depois daquele show eu fiz algo que 99% dos meus amigos nunca acreditariam. Dia 30 de maio de 2006 ficará marcado na história como o dia em que eu fui ao show do Nenhum de Nós. Mas antes que você resolva nunca mais falar comigo, deixe-me explicar.
“Tudo pela amizade”, foi nisso que pensei quando uma das minhas amigas mais queridas me fez a proposta de acompanhá-la ao show e eu aceitei. Alem do mais entre minha resoluções de Ano Novo estava ser mais aberta à experiências, não julgar ou criticar antes de experimentar. E afinal, se eu quero ser uma boa jornalista é assim que eu devo agir, certo? Vai que eles me mandam trabalhar naqueles lugares que se come grilo? Eu topo numa boa!

Mas péra aí!!! Não, eu não virei fã do Nenhum de Nós. Em primeiro lugar eles sempre serão a banda que assassinou “Starman” do Bowie e não se deu conta disso. Mas não posso tirar todos os méritos dos rapazes. É muito legal, por exemplo, que apesar de tantos anos de carreira eles não deixaram de ser uma banda gaúcha. Você deve estar achando a minha afirmação estranha, mas ela é justificada. Muitas desses grupos musicais quando começam a experimentar o gostinho do sucesso resolvem deixar suas raízes de lado, como se não precisassem lembrar de onde vieram. Com o Nenhum de Nós não é assim, eles criaram uma identidade que está fortemente ligada ao Rio Grande do Sul, seja através do Lupicínio ou com os elementos de gaita na música. E a partir do momento que nosso Estado tem uma das culturas tradicionais mais lindas e versáteis que existe é bom saber que uma banda que faz sucesso entre os jovens faz uso disso.
Uma das últimas músicas que eles tocaram é do cd mais recente “Pequeno Universo” e se chama “Feedback”. Juro que tremi quando eles falaram que havia sido escrita pela Martha Medeiros. Não gosto dela. Mas a canção ficou legal. Quem sabe eu dê mais uma chance para as crônicas dela (apesar de continuar defendendo a tomada de seu posto na Zero Hora e que ele vá para minha amiga Ingrid).

Em um momento do show, durante seu discurso Thedy Corrêa (ou Galinho Chicken Little como foi apelidado por causa do cabelo, mas muito melhor que a “tigelinha” que o conterrâneo Humberto Guessinger chegou a usar) soltou esta: “Fazer o pessoal pular é fácil, difícil é fazer cantar junto. Fazer com que as nossas palavras sejam de vocês”. Quando eu ia começar a pensar que ele estava se achando, para minha surpresa me dei conta de que ele tinha razão. Tanta que eu cantei as músicas mais antigas sem perceber e parece que vários filmes passaram na minha cabeça. Não, nenhuma música deles marcou minha vida, mas me fizeram lembrar de momentos com amigas que tiveram suas vidas embaladas por essas canções.
No fim das contas eu estava feliz e adquiri um certo respeito por eles que eu não tinha. Mas meus amigos que devem estar perplexos com meus elogios, por favor, não se preocupem. Não virei fã de Nenhum de Nós e nem comprarei um disco deles que seja, mas quem sabe da próxima vez que eles tocarem na rádio eu não saia correndo ou troque tão rápido de estação.
A propósito, sim eles tocaram Astronauta de Mármore, foi à derradeira para minha “felicidade”. Mas para completar a noite de surpresas, meus ouvidos não atrofiaram. Mas devo admitir que tive que me conter e não começar a gritar a original do Bowie...
Fotos: Ludmila Escobar
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Demorei mas consegui acabar o texto sobre o show. Só apra dar mais uma atualizada, hoje no Congestão o tema como eu havia avisado foi Bandas que mudaram sua vida. Outra hora eu explico o porque essas mudaram mas deixo vocês com meu setlist.
1) David Bowie: Rebel Rebel
2) Van Halen: Panama
3) The Cult: Wild Flower
4) Smashing Pumpkins: Everlasting Gaze
5) Garbage: Stupid Girl
6) Collective Soul: Love Lifted Me
7) The Clash: Train in Vain
8) Björk: Pagan Poetry
I guess I'll see you later...
4 Comments:
Eu gosto de Nenhum de Nós. Astronauta de Mármore é bem bacana, lembra minha infância. O primeiro acústico deles tem faixas bem legais.
Interessante: quando ouço "Wild Flower" sempre lembro de ti. (desde Janeiro, não te conhecia antes)
Lidi, é isso aí. Teu relato do show mostra amadurecimento. Parabéns! E obrifada pelo crédito das fotos, não esqueceste!
Bjos, Ludy*
Mas olha só...a ideía de não termos certeza de nada me faz sentir muito mais livre pra pensar sobre as coisas. Acho que foi com esse pensamento que Lidi foi lá pro show e gostou do que viu. Não ouço Nenhum de Nós em caráter de "fã", tenho birra com algumas particularidades com o Sr. Corrêa, mas acho a musicalidade da banda ímpar. Tão ímpar que penso que ela já está impregnada nas minhas referências musicais, sossegada e discreta. Quais outras revelações nos esperam? Esperemos mais um show em que Lidi irá, hueheuhueh...
fala sério Lidi, vc é fã do Thedy, ahahahah.
No palco ele é muito simpático... Mas às vezes no camarim ele é meio brabo!!! Não se lembrou de mim?
Bjos
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